A indústria utiliza a tecnologia com bombas inversas, funcionando como turbinas; isto já acontece com refluxo para águas, mas para fins de efluentes é uma inovação.
Uma fábrica de celulose de Mato Grosso do Sul é a primeira do mundo a aproveitar efluentes tratados para reverter o fluxo de água e gerar energia. A indústria utiliza a tecnologia com bombas inversas, funcionando como turbinas antes da devolução ao Rio Paraná, em Três Lagoas. Isto já acontece com refluxo para águas, mas para fins de efluentes é uma inovação.
Em linhas gerais, a mini hidrelétrica da Eldorado Celulose funciona assim: duas turbinas revertem o fluxo da água e gerar energia antes da devolução ao rio.
Sistema de tratamento de efluentes da Eldorado — Foto: Divulgação
Cada uma delas tem capacidade de bombear, em sentido anti-horário, em média, 2,5 mil metros cúbicos por hora. Assim, a geração acontece a partir do volume total de 5 mil metros cúbicos por hora, o equivalente a 5 mil caixas d’água residenciais abastecidas nesse mesmo tempo.
A geração de energia verde é destinada ao consumo próprio no prédio administrativo da empresa, que contempla os edifícios do RH/Florestal, auditório, restaurante e ambulatório.
O impulsionamento reverso garante a geração de energia e, de forma automatizada, passa por três etapas:
1. Acionamento do gerador enquanto há efluente;
2. Geração de energia elétrica;
3. Transmissão da energia.
A idealização da mini hidrelétrica surgiu do Diretor Industrial da Eldorado Brasil Celulose, Carlos Monteiro, em parceria com o professor Augusto Viera da Universidade de Itajubá (MG).
“Todo cuidado e tecnologia garantem o uso adequado do recurso e agora ainda podemos, com segurança, dar ainda mais produtividade dentro de uma estação de tratamento de efluentes”, explica Monteiro.
Os equipamentos são normalmente chamados de BFTs (Bombas Funcionando como Turbinas), mas, com após utilização dentro de uma ETE ( Estação de Tratamento de Efluentes), passarão a ser chamados de BFTEs (Bombas Funcionando como Turbinas com Efluentes).
A Eldorado produz, em média, 1,8 milhão de toneladas de celulose por ano. Seu complexo industrial em Três Lagoas (MS) também tem capacidade para gerar energia renovável para abastecer uma cidade de 2,1 milhões de habitantes.
Fonte: G1
Por Maressa Mendonça, g1 MS
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