Como a equipe de operação pode ajudar no projeto da ETE perfeita?

Projetos de sistema de tratamento de efluente geralmente são complexos, envolvem diversas etapas como levantamentos de custos, caracterização dos efluentes, estudos de tratabilidade, cálculos diversos, desenhos, fluxogramas, memoriais descritivos, manuais de operação e etc.

Projetos de sistema de tratamento de efluente geralmente são complexos, envolvem diversas etapas como levantamentos de custos, caracterização dos efluentes, estudos de tratabilidade, cálculos diversos, desenhos, fluxogramas, memoriais descritivos, manuais de operação e etc.

Em geral os projetos efetuados pela equipe de engenharia consideram como a operação deve agir, pensar, muitas vezes acertam, outras nem tanto e às vezes passam muito, mas muito longe… e por que isso acontece? Tudo começa pelos diferentes pontos, pois em geral “a equipe de engenharia projeta e a equipe de operação opera. ” Mas será que essa fórmula dá certo? Vejamos bem, quem está “no fronte”? Quem está ali às vezes 24h/dia por dentro da ETE? Quem sabe o que fato ocorre nos bastidores? A equipe de operação!

Então, o primeiro passo para ter um projeto de ETE perfeita, seja ele uma nova estação ou reforma, é um rigoroso processo de escuta da equipe de operação, ou seja, saber as dores, dificuldades das atividades, necessidades que passam desde a aparente simples limpeza de um gradeamento aos ajustes de dosagem de produtos químicos, simplificações de operações e etc.

Claro, esses entendimentos nem sempre são fáceis, mas isso contribui e muito para todos, principalmente no mais importante, ter uma ETE perfeita. Comecei a ter esse olhar há cerca de 12 anos, quando ainda era um jovem engenheiro com apenas 2 anos de formado fui contratado para resolver problemas de operação de ETE em uma cervejaria artesanal.

Durante a visita dei diversas sugestões de como a ETE deveria ser, como deveria ser operada, controlada e etc, afinal, ali já me sentia muito preparado para aquilo pois já tinha feito outros projetos, embora fosse a primeira vez com um efluente que apresenta muitas oscilações de vazão e características.

O primeiro foi fazer o famoso jar-test, após algumas horas consegui descobrir as melhores dosagens, pH, tempos de contatos e etc, então fui para a ETE fazer os ajustes com base no teste, já sabendo que do jarro para o campo há muitas diferenças, tema para um próximo tópico. Mas, enfim, fui na ETE, preparei os químicos, ajustei as vazões das dosadoras e iniciei a operação junto ao operador, pois sou do tipo de engenheiro mão na massa, projetar é muito bom, mas ver os processos na sua frente é melhor ainda!

Após um dia inteiro de trabalho e para minha surpresa a ETE não funcionava, o efluente não clarificava, mas nem com reza das mais fortes. Foi então que o próprio operador disse, “o projeto dessa ETE está errado, já tentei de tudo, já vieram outros profissionais aqui e nada deu certo”, fatos que eu até então não sabia.

Parar e escutar aquilo me abriu um mundo de novas possibilidades que não havia imaginado, então resolvi tirar algumas medidas do tanque de flotação e de fato as taxas estavam muita mais alta, aliás acima da capacidade de qualquer flotador e não era possível reduzir a vazão da entrada da ETE em função do volume produzido, ou seja, era mesmo um projeto mal feito, se eu tivesse feito essa checagem antes, teria salvo muito tempo, dinheiro e poupado algumas frustrações, minhas e do cliente que não viu sua ETE funcionar. Lição aprendida, desde então passei a ter esse cuidado, primeiro conversar com a equipe de operação, depois checar o projeto e então começar os trabalhos de engenharia.

Das questões do flotador, expliquei ao mestre cervejeiro e diretor da fábrica, passado algum tempo, voltei à cervejaria, fui contratado para desenhar a ampliação da ETE, onde comecei logo por entender melhor as necessidades da operação tanto da ETE, como da fábrica!  Após 6 meses entre projeto, fabricação e montagem, tudo foi felizmente resolvido e começaram os problemas típicos de operação, tema também para outro dia.

Se você está procurando entender melhor como funciona um sistema de flotação por ar dissolvido (DAF), como ajusta-lo, como corrigir problemas ou mesmo melhoraria a performance do seu sistema, no curso “Operação & Controle de ETE” compartilho esses conceitos, outras experiências para deixar sua ETE perfeita!

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Henrique Martins Neto

Henrique Martins Neto

Fundador da EMQA Engenharia em Águas, mestre em Engenharia Ambiental e Hidráulica pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, Especialista em Química Ambiental e Engenheiro Químico pela Faculdade Oswaldo Cruz. Possui mais de 18 anos de experiência profissional, atuando como consultor e pesquisador em tecnologias de tratamento de água, efluentes e reúso de água, com destaque para os filtros granulares com zeólitas naturais e modificadas, carvão ativado entre outras mídias. Possui diversos cursos extracurriculares realizados no Brasil e exterior, publicações de artigos técnicos em revistas especializadas, congresso e participação ativa em workshops.

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