A Economia do Hidrogênio: Percebendo o Papel Crítico do Setor de Água na Transição Energética

A demanda de água pode aumentar de 15% a 20% se o hidrogênio surgir como um combustível alternativo para energia e transporte >>

A equipe da Bluefield está sempre rastreando eventos globais e seus impactos potenciais na água e, cada vez mais manchetes estão centradas no hidrogênio como o novo combustível escolhido, que produz emissões líquidas zero. O governo dos EUA também está a bordo. Em nossa recente análise, focada na água, da Lei de Investimentos e Empregos em Infraestrutura (Infrastructure Investment & Jobs Act), US$ 10,8 bilhões foram dedicados à energia, incluindo polos (hubs) de hidrogênio. O hidrogênio verde é um combustível limpo produzido pela divisão da água em hidrogênio e oxigênio, usando energia renovável, como solar ou eólica para alimentar o processo. O resultado é uma energia livre de carbono, usando água como matéria-prima.

Imagem: GarryKillian / Freepik

A demanda por água pode aumentar se o hidrogênio decolar. De acordo com o Water UK’s Net Zero 2030 Roadmap, a demanda de água pode aumentar de 15% a 20% se o hidrogênio surgir como um combustível alternativo para energia e transporte (por exemplo, frotas de caminhões). Embora qualquer aumento na demanda beneficie financeiramente os cofres das concessionárias de água, também pode enfatizar a infraestrutura hídrica existente e aumentar a necessidade de investimentos adicionais em infraestrutura com novas capacidades. É por essa razão que as concessionárias de água precisam subir na curva de aprendizado, antecipar as necessidades e aproveitar o hidrogênio como uma chance de fortalecer seu papel na orientação de cidades e comunidades mais inteligentes.

A corrida em direção a uma economia de hidrogênio, da energia elétrica e transporte é global. O International Renewable Energy Agency’s (IRENA) 2021 World Energy Transitions Outlook estima que o hidrogênio e seus derivados representarão 12% do consumo final de energia até 2050, com dois terços provenientes de hidrogênio verde (feito com eletricidade limpa) e um terço de hidrogênio azul (feito a partir de combustíveis fósseis e usando captura de carbono).

Quer você acredite ou não na propaganda, vale a pena considerar o que significa para a indústria da água se o hidrogênio decolar como um combustível (futuro) de escolha. Nossa equipe de especialistas, em descoberta contínua das oportunidades de crescimento no setor de água, levou a essas perspectivas iniciais:

Abastecimentos de água “alternativos” (e projetos) já estão disponíveis como opções de fornecimentos para usinas de hidrogênio. A recuperação de efluentes e dessalinização, particularmente em ambientes costeiros, deve estar na vanguarda das estratégias das concessionárias (e desenvolvedoras de energia). O reúso de água, que está provando ser um fornecimento de menor custo e resiliente de US$ 0,66 a US$ 1,62 por m3, poderia preencher a lacuna entre os produtores (ou seja, estações de tratamento de efluentes) e compradores (indústria, agricultura, municípios). Os potenciais benefícios econômicos também poderiam acelerar o financiamento de projetos de água municipal e privada de capital intensivo, que muitas vezes retardam o desenvolvimento de projetos.

Imagem: Bluefield Research

O hidrogênio oferece ao setor de água a chance de minimizar a sua própria pegada de carbono. O setor de água, que é mais frequentemente visto como vítima das mudanças climáticas (por exemplo, secas, inundações), também contribui com cerca de 2% a 3% das emissões de carbono, globalmente, em práticas de uso intensivo de energia, como bombeamento de água, tratamento de efluentes, e frotas de automóveis. Por essa razão, os combustíveis de hidrogênio verde, sem falar em outras estratégias de micro-redes (tal como, armazenamento de bateria) para eletricidade e transporte no local, apresentam uma oportunidade legítima para as concessionárias de água e as cidades reduzirem suas próprias pegadas de carbono.

Além disso, o armazenamento de energia no local permite a resiliência necessária após grandes eventos de tempestades (furacões), terremotos e incêndios florestais. Os passos iniciais para micro-redes e captura de energia no local (ou seja, biogás) já estão em andamento, e o hidrogênio pode ser o próximo no menu de opções.

Os combustíveis de hidrogênio verde apresentam uma oportunidade legítima para as concessionárias de água e as cidades reduzirem suas próprias pegadas de carbono.

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Uma transição energética global traz novos atores, novos parceiros em potencial. A geração de energia solar agora é competitiva, com combustíveis fósseis e um fabricante de veículos elétricos (Tesla) é uma das empresas mais “valiosas” do mundo. Embora agora se possa argumentar que uma economia de hidrogênio verde esteja longe, deve-se notar que a energia solar fotovoltaica e a energia eólica se consolidaram como fontes de energia em larga escala nos últimos 15 anos. Na esteira desse rápido crescimento, os senhores (supermajors) das energias renováveis, como Nextera Energy, Iberdrola, TotalEnergies e Enel, atualmente estão progredindo em direção ao hidrogênio em larga escala, armazenamento de energia e propriedade de ativos hídricos que podem remodelar o cenário do setor de água.

Desde o início, o setor de água, principalmente os serviços públicos e seus prestadores de serviços, já estão bem posicionados para desempenhar um papel crítico no futuro da energia como fornecedor, e também para gerenciar melhor a crescente concorrência por água de usuários domésticos, comerciais e industriais. A Bluefield considera isto uma oportunidade para as concessionárias de água. De Melbourne a Paris e Joanesburgo, as concessionárias estão localizadas de forma única com acesso ao abastecimento de água (por exemplo, águas subterrâneas, águas superficiais e efluentes), recursos de tratamento existentes (tal como, reúso de efluentes e dessalinização) e uma série de ativos de distribuição. Para sua vantagem adicional, eles já estão localizados próximos aos centros populacionais, mercados e energia renovável, onde a demanda por hidrogênio provavelmente será maior.

Tendo testemunhado o crescimento explosivo do setor de energia renovável em primeira mão, não há razão para o setor de água não aproveitar o momento, assumindo o papel fundamental que desempenha em nosso futuro energético. Dado que o smartphone reformulou as estratégias de telecomunicações, o compartilhamento de viagens como transporte e o streaming mudou os hábitos de consumo de entretenimento, não há razão para que a água não possa ser um catalisador para mudanças na energia, e o hidrogênio oferece essa oportunidade.

Autor: Reese Tisdale

Fonte: Bluefield Research

Adaptado por Digital Water

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